sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A doce voz.


Algo me irrita em você. Na verdade, você me irrita como um todo, de uma forma geral, me tira do serio. Queria poder definir tudo isso, mas minha mente perde a lógica quando eu te vejo, não só pelas suas idiotices mas porque sua voz me deixa meio tonta.
Lembro quando liguei para você pela primeira vez por engano, e passei algumas horas pensando na sua voz linda, forte, que não era grossa muito menos fina, era voz de homem com um toque de menino, voz doce. Você me deixou meio boba, ora veja só, dizendo que uma voz é doce, como pode? Por sua culpa passei a reparar nas vozes no telefone, a reparar nos momentos em que elas falham, no momento em que elas mentem, passei a perceber as vozes em geral e nenhuma era igual a sua, por que sem explicação nenhuma sua voz era totalmente diferente de todas as outras.
E por questão de dias reconheci ela pessoalmente, eu havia desenhado cada traço seu nos meus sonhos, sua voz me fez imaginar cada detalhe do seu rosto que deveria ser perfeito. E quando desconfiei que era você ali tão perto e ao mesmo tempo tã londe de mim eu não sabia o que fazer, afinal muito provavelmente depois de ter desligado o telefone no dia em que eu te liguei pela primeira vez sequer pensou em como minha voz era bonita,aliás deveria ser ridicula comparada com a sua. E ficou um quê de dúvida no ar, em como eu faria para chamar sua atenção. Eu já havia salvo seu número no meu telefone e no lugar do seu nome (que eu não tinha a minima ideia de qual seria), salvei: "VOZ". Peguei meu celular e liguei de novo, e com N ideias do que eu iria falar, tive que inventar uma coisa ridicula para te ouvir de novo, e falei: "ã, é do celular da Marcella?" você disse:"de novo? você já me ligou perguntando isso, acho que lhe derão o número errado".
Enquanto eu ouvia aquele misto de suavidade e grosseria eu o observava, e ele nem imaginava que eu estava fazendo isso. "Desculpe" disse mais uma vez e quando ia desligar ele falou:
- EI!
- oi?
- você é a menina que está a uns 10 passos de mim agora mesmo, segurando um celular branco ?
- eu? não! claro que não, nem sei onde você está!
- é você, estou lendo seus lábios.
E a partir dai começou (o que deveria ser um momento lindo) uma primeira briga. Por que simplismente você não poderia ser educado não é mesmo? Na verdade não sei porque liguei novamente, seria muito melhor se eu continuasse te imaginando perfeito nos meus sonhos com sua voz totalmente perfeita. Mas você fez o favor de estragar tudo, ou eu, quando decidi ligar, mas o mais culpado foi você por ser um sem educação.
Se eu tivesse percebido que apenas sua voz era bonita e você era um cara tão ridiculo eu não teria ligado, mas minha curiosidade era insana, eu estava louca para ter certeza de que era você na minha frente. E quer saber? sua voz não é tão bonita assim, e criei coragem para te falar isso pessoalmente, que você não tinha uma voz tão bonita, na verdade foi só curiosidade minha.
E quando fui te dizer isso, assim na lata, você não deixou eu sequer falar(como sempre)e me beijou. Pronto, você tem a mania de fazer tudo contrário ao que estou pensando, em me pegar desprevida para eu não saber o que fazer, tem a mania de estragar tudo. E sabe? seu beijo era muito bom, passei a reparar nos beijos dos outros garotos mas o seu era diferente, melhor do que os outros. E assim começou tudo de novo, só que dessa vez eu não iria te beijar de novo e começar segunda briga.
Ah, não consigo, tenho que falar, me desculpe, eu menti a algumas linhas atrás! Sua voz É linda, mais linda do que qualquer outra e por isso não a esqueci e menti também quando te chamei de ridiculo, não é isso, você é lindo (fora algumas manias que me irritam) e principalmente seu beijo é ótimo e não posso mentir de novo, não consigo. Só que não vou ficar repetindo para você não se achar o máximo. Tudo bem, eu lhe dou o segundo beijo, mas só para ter certeza de que ele é bom mesmo e que eu não estava enganada! E depois disso juro que não quero mais te ver e nem te ouvir.
Desculpe, menti de novo. Quero te ver sim e sempre e nem me apareça com mais uma novidade sua que seja ótima, se não vou enlouquecer.

ML

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Clarissa Corrêa.


achei esses dois textos a minha cara:

Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim.

______________________________________________________

Tenho uma particularidade instigante: preciso da solidão. Gosto de pessoas, preciso delas, não sei viver sozinha. Mas sou mimada, preciso quando eu quero. Sou egoísta, gosto de ver televisão sozinha, sem ninguém falando junto. Sou chata, não gosto de dividir banheiro com ninguém. Sou espaçosa, bagunço as minhas coisas. Preciso da solidão pra ler, pra olhar para o teto, pra tirar ponta dupla do cabelo, pra fazer as unhas, pra pensar em tudo, pra fazer nada. Preciso da solidão pra ser eu mesma. Pra fazer alongamento, rir de mim, chorar comigo. Não entendo como tem gente que não abre a janela em dias nublados. Eu adoro janelas abertas, esteja um dia lindo de sol ou um carregamento de nuvens cinzas. Tenho que sentir o ar que vem lá de fora, seja ele qual for. Com seu gosto, cheiro, textura. Falo algumas coisas esquisitas como essa, por exemplo, ar com textura. Conheço cores que ninguém conhece, vejo alguns filmes que grande parte da população acha tosco. Não gosto de deixar as coisas pela metade, mas já deixei...

Clarissa Corrêa

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Anjo.

Mesmo que aquela dúvida a perseguisse ela teimava, desafiava a curiosidade e permanecia parada, imóvel, com medo. O céu parecia não ter fim naquela imensidão escura, onde havia uma estrela brilhando ao longe. Ela olhou para baixo e viu a terra sob seus pés, ela estava muito bem, sentada sob uma nuvem leve e branca, quando institivamente ela se sobressaltou quando viu um avião passando perto dela, louca de curiosidade não só com o avião mas com aquele ser na janela, piscando repetitivas vezes ao fixar os olhos nela.
Por ele ser insistente ela continuou a observa-lo, ela nunca vira nada assim. O homem tem algumas semelhanças com alguns anjos, mas não com aqueles olhos cor de mel fixos e firmes nela. Como se falassem, como se gritassem. Decidiu deixar aquele medo que a sufocava do homem de olhos marcantes de lado e chegar mais perto, tocou no vidro e ele arregalou aqueles que a pouco falavam e com um movimento rápido falou com um outro homem que estava ao seu lado, ele batia na janela de vidro assustado e apontava para ela desordenadamente.
A pequena mabel, sabia que aquilo era muito perigoso e então desapareceu entre as nuvens. Ele porém não se conformava em ser chamado de louco, já que tinha certeza do que o que vira era real, aquela menina com um ar de medo e curiosidade, com uma beleza surreal.
Certa noite olhou para o céu e depois de semicerrar os olhos viu em uma nuvem perto de sua janela, que ela estava deitada com a barriga para baixo os pés balançando no alto e suas asas deitadas sob as costas, com a frágilidade doce de uma criança. Ela sorriu e disse:
- Seus olhos me fizeram voltar, desculpe, não deveria ter feito isso. Não se preocupe, você não está louco.
E desapareceu novamente.

ML

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

pare de ser de menos,

Ele me disse que eu era demais e ele está certo. Sempre fui demais, não para ele, para mim. Sempre falei demais, chorei demais, sorri demais, amei demais e odiei demais. Sempre me amaram demais, mas também me odiaram demais. Sempre ouvi, e não deixei falar, perguntei demais, olhei demais, sempre fui sensivel demais e grossa demais, apaixonante e desapaixonada.
Sempre, sempre, sempre.
Eu sou demais mesmo e deve ser por isso que não admito quem seja de menos. Ah, quer saber? se mostre. Se amostre quando quizer e quando não quizer, pois bem, se cale. Seja várias ou apenas uma, seja louca e deixe que falem que você é louca demais. Os outros estão falando e você está vivendo.
Nada de baixar a cabeça, perder o trem, perder um olhar. Nada de dá bobeira e perder, nada de ter medo de falar, agir, pensar ou ser, que saber? seja. Não, não estou escrevendo um auto-ajuda, eu quero que você seja também, como eu. Pare de se lamentar, amar quem não sabe o que é amor, chorar por quem nem sabe o que é sentir, pare de se pensar no que perdeu ou o que deveria ter feito. Se um dia conseguirem voltar o tempo, ai sim você deve pensar nessas coisas, se não? só pense pra frente, olhe pra frente, seja pra frente.
Alias, não pense, faça. Não diga que vai fazer e não faz, não diga que fez sem ter feito, não coloque ninguém para fazer seu dever de casa. Se nem você se conhece como quer que alguém te conheça? Digo e repito, seja. Quem disse que quero pinturas? quero gente.

ML

domingo, 8 de agosto de 2010

sonhando com a realidade.

E pondo-me a pensar quão bom estavam meus últimos minutos naquele sonho tão lindo, passei a depositar confiança neles, a acreditar que mesmo que meu dia fosse ruim à noite ficaria tudo bem. Apesar de muitas vezes eu não ter sonhos tão bons ou as vezes, nem tê-los. Mas não poderia desanimar, já que o mundo real estava fazendo isso constantemente comigo: me desanimando.
Pode ser tolice minha, mas não gosto do que tenho nas mãos, quero sempre outra coisa, procuro sempre o que não tenho, e quando consigo: PUF, dessisto. E inconformada fico triste porque aquilo que eu queria tanto não tem mais graça nenhuma.
Apesar de ter tido um ótimo sonho, algo no meu subconciente me obrigou a acordar e a retornar a realidade. E agora a música romântica de plano de fundo já havia sumido, mas apesar do lindo garoto não ter sumido, afinal ele era real e dali a três dias eu o veria de novo. As coisas no sonho eram totalmente diferentes. Não o seu rosto desenhado e seus movimentos timidos, mas como ele agia comigo, o que no sonho era totalmente o que eu queria, na realidade ele sequer me conhecia. Mas e se o sonho fosse verdade mesmo, Onde ficaria minha mania de destruir tudo, de dessistir? de desanimar?
Quero mais é novidades, por exemplo, descobrir por que eu sou totalmente tola e fora do comum. Ser romântica só enquanto eu não tenho e depois o encanto se acabar. Gostar mesmo é de olhar e desejar e depois não querer mais. Pode ser medo, pode ser inseguraça, pode ser loucura mesmo. Estou tentando descobrir.

ML