terça-feira, 17 de agosto de 2010

Anjo.

Mesmo que aquela dúvida a perseguisse ela teimava, desafiava a curiosidade e permanecia parada, imóvel, com medo. O céu parecia não ter fim naquela imensidão escura, onde havia uma estrela brilhando ao longe. Ela olhou para baixo e viu a terra sob seus pés, ela estava muito bem, sentada sob uma nuvem leve e branca, quando institivamente ela se sobressaltou quando viu um avião passando perto dela, louca de curiosidade não só com o avião mas com aquele ser na janela, piscando repetitivas vezes ao fixar os olhos nela.
Por ele ser insistente ela continuou a observa-lo, ela nunca vira nada assim. O homem tem algumas semelhanças com alguns anjos, mas não com aqueles olhos cor de mel fixos e firmes nela. Como se falassem, como se gritassem. Decidiu deixar aquele medo que a sufocava do homem de olhos marcantes de lado e chegar mais perto, tocou no vidro e ele arregalou aqueles que a pouco falavam e com um movimento rápido falou com um outro homem que estava ao seu lado, ele batia na janela de vidro assustado e apontava para ela desordenadamente.
A pequena mabel, sabia que aquilo era muito perigoso e então desapareceu entre as nuvens. Ele porém não se conformava em ser chamado de louco, já que tinha certeza do que o que vira era real, aquela menina com um ar de medo e curiosidade, com uma beleza surreal.
Certa noite olhou para o céu e depois de semicerrar os olhos viu em uma nuvem perto de sua janela, que ela estava deitada com a barriga para baixo os pés balançando no alto e suas asas deitadas sob as costas, com a frágilidade doce de uma criança. Ela sorriu e disse:
- Seus olhos me fizeram voltar, desculpe, não deveria ter feito isso. Não se preocupe, você não está louco.
E desapareceu novamente.

ML

Nenhum comentário:

Postar um comentário