quinta-feira, 6 de maio de 2010

A menina que visitou o pais das maravilhas.

Não sei como começar minha própria história, até porque vocês vão me achar louca quando contar. Não, eu não me chamo Alice, meu nome é Julia, tenho 16 anos e minha vida ultimamente está um pouco complicada, mas complicações que podem ser resolvidas se forem esquecidas.
Era final de tarde, o sol estava se escondendo atrás das montanhas e do outro lado estava a lua cheia, subindo devagar no horizonte distante, estava deitada na rede olhando o céu e pensando como faria a prova de física se estava com muita preguiça de estudar. O sol desapareceu, a lua subiu, e as estrelas foram surgindo e se espalhando pelo céu escuro. Foi então que vi uma estrela cadente, mas ela não era apenas uma estrela cadente, ela era amarela e sua luz era muito mais forte que as outras, se destacando sob as demais, totalmente enorme e passou tão rápido quanto um piscar de olhos e só tive chance de um pedido "quero uma noite mágica", foi isso que pedi, apesar de me achar uma tola por está falando com uma estrela no lugar de está estudando para a prova do dia seguinte. E foi exatamente isso que eu decidi fazer, entrei, fechei a porta e sentei na escrivaninha.
Foi quando alguma coisa muito estranha aconteceu, senti um vento frio que arrepiou do meu dedo do pé até meu último fio de cabelo, as luzes do meu quarto se apagaram e eu senti que não estava sozinha. Eu não via absolutamente nada, apenas a escuridão, e algo dentro de mim sugeriu que eu gritasse muito alto, mas ao mesmo tempo uma sensação que o tempo estava parado lá fora também gritou dentro de mim. Me dei conta de que só havia eu, meu quarto e uma outra pessoa totalmente desconhecida dentro dele. Foi ai que ouvi uma voz, fina e aguda vindo do chão: "Você pode parar de pisar em cima de mim ?" Instantaneamente levantei um pé e depois o outro, e a criaturinhinha minuscula vôo direto para o meu nariz. Ela era realmente minúscula, se eu estivesse sonhando diria que era uma fada. Mas tinha certeza que estava acordada, e aquela criatura estava lá, e eu não estava louca. Ela tinha uma luz em seu corpo e por isso conseguia enxergá-la, seus cabelos eram castanhos e enormes e uma trança envolvia algumas mechas com plantinhas e flores, ela usava uma blusa rasgada branca e um short de folha, e tinha asas transparentes bem compridas, ela era linda, apesar de minúscula tinha traços nítidos de uma humana e com orelhas puxadas. Ela falava com pressa mas seu tom de voz foi diminuindo e desacelerando aos poucos, ela falou claramente e eu pensei que estivesse sonhando:
- Está pronta Julia?
- pronta? pronta pra que?
- ora, ora, será que entrei na casa errada?
- quem é você?
- não importa, me diga: você fez um pedido essa noite?
Sem acreditar no que ouvia, Julia respondeu:
- sim, fiz a uma estrela cadente.
- e o que você pediu?
- uma noite mágica!
- então porque fica querendo me confundir para eu pensar que entrei na casa errada?
- hãn ? eu fiz isso ?
- claro que fez.! Mas não vamos conversar, você tem uma noite inteira pela frente e não quer perder nenhum detalhe não é mesmo ?
- não quero ?
- ah, como você é lenta em júlia? já te falaram isso ? vamos logo.
Incrivelmente forte aquela criaturinha com menos de meio centímetro me arrastou para a varanda e com apenas um olhar abriu a porta. Lá fora estavam uma borboleta gigante e completamente diferente de qualquer borboleta que eu tenha imaginado um dia, com um rosto que lembrava muito o de uma criança e com um corpo muito diferente de uma largata, tinha um corpo também de uma criança mas com asas nitidamente de uma borboleta, enorme e colorida e cheguei a pensar que ela era uma mistura de seres, ao lado dela estava um gato branco com olhos cor de mel muito expressivos e que foi logo falando:
- Você está louca Cheerful? Ela nem se apresenta e você já quer trazer a humana para o nosso mundo só porque ela fez um pedido a uma estrela cadente idiota? Temos que tomar providencias, essas estrelas pensam que podem mandar em todo mundo estão ficando fora de controle.
Cheerful respondeu:
- Eu gostei dela, da pupila.
A borboleta ou sei lá o que fosse, ficou radiante de felicidade ao ouvir aquilo e respondeu:
- Ah, então leve-a conosco!
O gato branco me semi olhou, virou e pulou. Quando eu estava prestes a gritar para dizer que ele podia se machucar eu já estava no ar, voando e subindo cada vez mais alto e vendo as casas da vizinhança se distanciar cada vez mais e ficar entre as nuvens. Cheerful pulava sobre elas tão animada que acabou me soltando. Fechei os olhos imediatamente pensando como seria minha morte caindo daquela altura, mas lá estava eu, voando sozinha. Me sentia como aquela fadinha, leve e ao mesmo tempo muito forte. Comecei a pular como ela e parecia que estava pulando em uma cama elástica e que estava caindo em uma pilha de colchões...
E lá fui eu a caminho do lugar que todos um dia gostariam de conhecer, desde os mais sérios aos mais alegres, desde as crianças até os mais idosos, fui para o lugar mais lindo e surreal que você possa imaginar, que está ao alcance de qualquer um que possa sonhar.

ML

Para Rayssa Gadelha. sis. x3

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