quinta-feira, 15 de julho de 2010

ela(s)

Em um cantinho escuro, ela estava reprimida a pensar, a falar, a agir. Ela limitava-se a passar boas maneiras e boas impressões aos outros, mas o que ela não sabia é que eu podia ver além da sua fantasia. Eu claro, não iria espalhar aos quatro quantos do mundo que ela estava vestida com um desfarce, para mim, cada um tem a consiência do que está fazendo e mesmo que não a tenha as consequências ensinam na hora certa.
Certo dia ela sorria, com sua carinha agelical de sempre que deixava até o mais desinteressado homem, interessado. Ela sorria para deixar as crianças felizes, as mulheres admiradas e os homens insanos. Ela finjia como ninguém, com total sarcasmo até nas minimas palavras, mas ela fazia isso tão bem que ninguém sequer percebia.
Ela achava que era linda de mais, admirada de mais, invejada de mais e gostosa de mais. Talvez ela tivesse razão, mesmo o maior perfecionista demorariria algum tempo para achar um defeito nela.
Só que o problema era, o defeito estava onde ninguém podia ver, até podia, se olhassem atentamente. Estava dentro daquele coração partido que se vestia de uma boa moça cheia de fé, estava dentro das veias dela que corriam várias mulheres e meninas que viam a tona na hora apropriada, ela podia esconder por muito tempo, mas alguns momentos ela deixava passar a maldade. Até certo ponto você acreditava, depois você a desvendava. Por isso ela gostava de amizades rápidas, de relacionamentos rápidos, de conversas rápidas, de momentos rápidos, ela gostava de enganar até onde podia, para isso ela não podia amar, porque isso poderia acabar com tudo.
Seu cantinho escuro estava guardado, reprimido, escondido, intacto. Provavelmente nem ela mais sabia quem era.

ML

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