quarta-feira, 1 de setembro de 2010

o homem chamado sonho.


Supus que já tinha acordado pelo clima quente que me fazia suar, as pessoas não soam nos sonhos. Então provavelmente eu estava acordada. Estava cansada daquele sonho, correndo desesperada para alguém me ver e ninguém sequer sabia da minha existência. Isso doia e muito, e não podia nem ligar para alguém e dizer aquilo porque parecia que ninguém me ouvia também. A agustia me dominou e meus olhos se encheram de lágrima, mas não deixei elas descerem pelo rosto e denunciar nenhum sinal de tristeza, o que poderia ser coragem ou força, mas não era, só uma pincelada no meu coração.
Essas coisas costumavam acontecer comigo e mesmo que eu tentasse passar a borracha, ela não apagava nada porque tudo estava de caneta e não tinha como passar um corretivo sem deixar a marca no papel.
Uma outra noite eu tive um sonho bom e acordei sorrindo, mas hoje eu estava soando e era um sonho frio, sentia arrepios e medo de que aquilo se tornasse verdade. Queria ter alguém para conversar mas as pessoas estavam todas acompanhadas ou destraidas ou simplismente não queriam me ouvir e eu só podia aceitar. Mesmo que eu fizesse uma loucura para sorrir a noite toda a cama me lembrava o vazio do meu coração, minhas mãos lembravam o vazio e a necessidade de outras mãos, meus olhos gritavam pedindo olhares, meu celular vibrava com necessidade de ligações e principalmente meus lábios pediam beijos que chegassem de manhã, de tarde e de noite, na esquina, na parede ou na estrada, na mesa, no carro ou na cama eles só queriam o mais leve toque que não durassem apenas uma noite.
O senhor sonho costumava me lembrar sempre que eu estava triste ou me mostrar uma coisa muito boa para eu passar a semana imaginando e depois perceber que não passou de um sonho. E fui caminhando tentando sempre escoder que eu não estava triste e mesmo que eu tentasse desfarçar e enganar a todos, meu coração sabia que estava faltando algo.

ML

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